Memória Suspensa
Você sorria para os meus olhos naquela tarde de sol
E deslizava como um mago nas ruas plácidas,
pegadas de um borel
pegadas de um borel
Levava-me pela audácia de suas palavras
Enquanto remexia o próprio tempo a nossa volta
Eu concordava, discordava, e compunha aquele
cenário ébrio de sons, cores e palavras
cenário ébrio de sons, cores e palavras
Semáforos sorriam verdemente a nossa passagem,
enquanto um cômico tapete se desenrolava
ao longo das calçadas frias,
enquanto um cômico tapete se desenrolava
ao longo das calçadas frias,
Passávamos você e eu, dois rostos públicos incoerentes,
desfazendo o comum e tecendo horas
de um universo próprio aos outros olhos,
sem jamais compreenderem.
desfazendo o comum e tecendo horas
de um universo próprio aos outros olhos,
sem jamais compreenderem.
Um não de não de ser, um ter de não ter e ser,
um querer de não compreender o que é;
um querer de não compreender o que é;
Voltei, cheguei e dormi.
Só hoje permito abrir as gavetas
Só hoje permito abrir as gavetas
Saltam cheiros, cores e sons:
Há um café, cigarros acesos, mostarda,
Chico cantando, uma porta batida,
uma gargalhada e um estralo de um beijo...
Fechei as gavetas.
Chico cantando, uma porta batida,
uma gargalhada e um estralo de um beijo...
Fechei as gavetas.
SilviaAA
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