Silvia Araujo - Caminho das Borboletas

A pior fase da vida de uma pessoa é quando ela se conforma com as opressões, com as injustiças, a fome, o preconceito, o racismo, dentre outros... Uma pessoa conformada é uma pessoa dominada pelo sistema, se torna mesquinha e apenas um número a mais no mundo.

Às vezes eu queria um dia mais claro, sem bifurcações de caminhos , sem paixões. E vejo que de nada adianta o meu querer porque não consigo intervir no campo espiritual já que acontecem coisas não planejadas.  Em que plano afinal eu não planejei? Se o pensamento cria a realidade ou se pelo menos interfere na realidade por que fogem as minhas vivências? Ou será que tudo é primeiro criado no campo espiritual para ser descoberto por mim ou por você? E próximo a mim, dezenas t entam a todo custo adivinhar o meu pensamento. Dezenas acreditam me justificar com suas aprovações. Como se eu precisasse ser justificada ou aprovada por um mero mortal, talvez mais mero que eu. Anoitece agora, e o peito inflamado reclama as emoções contidas deste dia inacabado. Cada dia deveria ser finalizado nele mesmo, sem reações. , sem restrições para o dia seguinte. Sem perdas, sem memórias, sem ganhos. Mas, a vida talvez seja exatamente isso. Talvez seja um começar de novo um novo dia. A gente que não se dá co

Deitei-me aos teus pés Enquanto a escuridão banhava a noite] em penumbra fria e de morte. Cobri-te com meu zelo e afaguei-te os cabelos fracos, Beijei-lhe a fronte e num suspiro roguei-te a Deus,  que te guardasse tão bem longe dos braços meus,  já que escolheu levar-te embora. Cá, ouvirei o silêncio brindando as lembranças  de nosso amor de outrora. SilviaAA

Sobre mim veio o desejo do beijo perdido na noite de galãs que dançavam a valsa na Alameda das Flores.   Pernas entrelaçadas e valsadas em rodopios bêbados comiam-se ao som de violinos e falsetes.  O tecido frio do vestido nas mãos refrescava o calor do sangue pulsado entre as pregas do linho caro e negro.  Por fim, cansada das melodias e valsas a lua rendeu-se ao horizonte e deitou ao primeiro raiar. A taça vazia caída sobre a mesa despedia-se, enquanto uma gota de vinho morria sedenta no canto do beijo. As sandálias entre os dedos pareciam valsar ainda, deslizando esquina afora e sorriam ao prometerem uma segunda valsada na noite que viria a seguir. SilviaAA

Tenho medo De não mais sentir o vento em meus cabelos Medo de desistir, antes mesmo de começar Medo de me sentir sozinha, com todo mundo ao meu redor Medo de pe rder a voz antes de dizer todas as palavras Medo de silenciar antes de amar de novo Medo de não ver meus outros pés frutificarem Medo de esfriar e virar nada no tempo Esse medo dói e não tem remédio Esse medo e o tempo O tempo e o medo de não mais sentir medo Silvia AA

Eu vi uma estrela no céu Brilhava para mim em sorrisos Eu quis pegar um papel E desenhar suas cores – um paraíso - Essa estrela de longe me olhava E eu sentia sua força sobre mim Isso me acalmava, me assustava Fazia a estrela me sentir assim Eu pensei então seguir até a estrela E de perto seus olhos poder ver O calor de seu brilho apalpar E com essa estrela para sempre Quem sabe eu ainda vou morar