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Mostrando postagens de 2017

O silêncio

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O silêncio abriu a porta do meu mundo Entrou e incansável, fica a me olhar no  início desta noite fria. Nada me fala, apenas fita-me seu olhar frio e desnudo de palavras que me navalham o corpo. Não, não há onde esconder. Não, não há onde estar e deixar de sentir O silêncio... Silvia

Ser e Amar

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De repente um olhar vago e calado se transfigura em meio à neblina dessa noite mais que fria. O tempero das horas vagueia, dissipa os pensamentos mornos e de fato não se permite corrigir o frio, Por que deveria? De todas as verdades do mundo, apenas uma e ela também pouco importa, E se daqui a pouco eu dormir, e depois acordar, mesmo que daqui a quatro dias eu sei Ainda vou estar assim como estou, com um sorriso de coelhinha nos lábios afugentado a falta e trazendo a realidade que é ainda única, é música aos ouvidos dos não naturais. Não tem por que perguntas, não tem por que ameaças, não tem por que palavras a mais... Há um cais em minha frente e nele há diversas âncoras, mas apenas duas são brancas, apenas duas, e elas têm o mesmo destino...irmandade Não há tempo perdido, não há tempo a correr, há tempo de ser, Ser o senhor do tempo, senhor da história, senhor da vida, Senhor do amor que exala das células do corpo que se envolveu Neste estágio não há destruição, há comunhão, cont

Apenas palavras

Quando as teorias e ciência saltarem nos seus pensamentos e Dentre elas você não encontrar uma que lhe basta. Quando os princípios religiosos já não lhe completam, Quando tudo parecer banal e vaidade humana, Quem, quem virá ao seu encontro? Quando o caminho existir e ele estiver claro, lindo e extenuante Quem irá te salvar? Você ouve as mesmas músicas do dia anterior E elas nada lhe dizem Você lê os mesmos poemas e eles estão calados Quem virá te salvar? Nesse instante de glória e redenção, você muda o olhar, Muda os pensamentos, não leva mais que um minuto, E o seu olhar, o seu pensamento te salva de você mesmo.

SOLRAC

Em teus braços estive a encontrar-me E a me perder estive em teu corpo Deitei-me em teu ombro e você Acolheu-me em beijos de amor Que entorpeceram minh’alma destemida E eu que nada dantes imaginava Que me conduziria por seu mundo explorado Que me envolveria em teus sonhos imaginados E me faria tua ali no clarão da estrada Eu, que do amor nada carrego  Deixei-me em tuas mordidas sem pudor Enquanto tua seiva alimentava Os meus sonhos de moça desposada Hoje paro e fico em desencanto A imaginar tão belo canto que se pôs Entre nossas longínquas moradas Espero meio que por milagre Que derradeiro, apazigue essa saudade Carregada em mala de lembranças Dos dias em que em teus braços Encontrei-me achada e perdida Qual uma singela flor Embebida de zelos em seu jardim 
A madrugada caiu além das colinas de Ribeirão do Sul. O vento, insistente, sopra a chuva e resfria os telhados que sobre as janelas fechadas abrigam os corações ainda quentes. E, apenas 1 h 40 min separam a madrugada do clarear do dia.

Majestade

"O teu olhar, o teu sorriso, a sua voz, o seu aperto de mão, o seu vaguear de sentido, sua bronca despida de segredos, seu sonhar, seu conhecer, o seu tempestear de emoções, o seu coito enternecido." D'onde cala as montanhas e as feras ferozes de Haydn. Proclama verdades de gênio que sobrevoou a vida, o mundo, o universo e não desceu. Conheces a ti mesmo e te lanças agora ao coro dos anjos. É teu este lugar, é teu. Centelhas de amor cairão no mundo. Teu amor mais profundo que se dará aos teus. Vestes-te, é chegada a hora, apruma teus passos. O romper da aurora te chama. És, serás, verás e tudo se fará, melhor que planejastes. E eu, discipulada, guardiã de segredos, estarei contigo pela eternidade.

Beija-flor

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Eu gosto de ver o beija-flor voando e pairando no ar com sua beleza e energia. Sua delicadeza em longos beijos nas flores, sua beleza e vivacidade,  tudo é muito significativo, extremamente importante para mim. E, eu preciso do beija-flor do mesmo modo que ele precisa do néctar das flores.  Meu desejo é absorver sua energia, sua vida para o meu corpo, minha existência e daí  guardá-lo-ia para sempre em meu ser, minha alma. Meu desejo é que pudesse mantê-lo   em minha casa, e que d e lá ele nunca saísse, apenas para tomar o sol do dia e observar a luz da lua na escuridão. Meu desejo é  de que o beija-flor seja apenas meu, meu, meu, meu, meu, meu, meu.  Isso porque eu amo o beija-flor, como amo a mim mesma. Mas o amor não deve prender, sufocar, aprisionar, mesmo diante de todo carinho e cuidado que eu pudesse tratar o beija-flor, seria insuficiente para ele, todo o meu amor seria menor que o vento ruflando em suas asas, ou uma gotícula de chuva molhando seus pés. Por isso me

Suprema poesia

A poesia fez morada em meu corpo Soletra letra por letra os sons Que trago em meus ouvidos Domina as minhas forças E mostra a todo instante As faces que o amor traz Nos desencontros que não Podem dizer quando o sol  Voltará a aquecer essa Alma adormecida e inquieta Prioriza os desejos sem fim Que explodem no cansaço do corpo Já não importa com as dores E açoites, importa em atender os Apelos do amor Se perder ou ganhar, qual o revés? Importa me provar que ela manda Em minha pequenez de menina Que nunca foi amada, Mas que amou o suficiente Para a poesia fazer em mim Eterna morada SilviaAA
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Que o tempo, revelador de propósitos, não empoeire os sonhos!
Cada palavra que eu escrevo conheço uma parte de mim,  às vezes me perco, ou me escondo,  noutras me acho e sigo assim,  porque as palavras escritas que eu berro, ou apenas balbucio no papel,  e choro ou rio, são meu alimento,  verdadeiramente o único alimento de que preciso para viver  ou sobreviver em minha insan idade... SilviaAA

Acima da Língua

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Alguém me disse que estou gorda e é a mais pura verdade Em minha barriga gorda há muitos substantivos Em meus seios fartos saltam os adjetivos Meus pés inchados verborragiam verbos incansáveis Minhas veias pulsam metáforas Meus ouvidos latentes emanam paráfrases E meus cabelos indecentes rebelam-se nos artigos definidos e indefinidos Que massa Massa encefálica gorda de paradoxos e antíteses desalmadas E a língua vernácula lexicante Traz nas juntas os adjuntos coaxantes Além da espinha curvada pelos pronomes Nos dedos, inchaços de numerais, Canabiais, Estar gorda é culpa dos advérbios que Nem levam em conta o tempo, o lugar e o modo de saber se eu sou sintaxe, semântica ou pura morfologia só querem saber desse entrelaçamento de palavras que vivem a compor orgia nesse corpo que muitos acham gordo mas,   é só metalinguagem. SilviaAA

Desconexo

E veio sobre a Terra um céu de estrelas  - grandes, miúdas, faiscantes, únicas - Estrelas do céu, grandes estrelas,  miúdas estrelas, faiscantes estrelas. Na Terra, gente que é grande, gente miúda, gente faiscante. No céu não há estrela querendo ser gente! Mas na Terra há muita gente querendo ser estrela! SilviaAA

Silenciosamente

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A escuridão da noite é um amigo quieto que não lhe pede para parar de fumar, não lhe pede para parar de beber,  não lhe pergunta para onde vai; não lhe pede para parar de chorar, nem pede para você mudar.  A escuridão da noite apenas te envolve, lentamente, até lhe fazer adormecer. SilviaAA

Séria demais

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Às vezes dói ver-me sozinha na entrada da noite Ver meus amigos saindo e rindo como bobos Ver os meus bem arrumados, maquiados, bem vestidos Encontrando-se aos pares e aos ímpares por aí Conversas tolas, muitas ou todas sem propósitos de nada E fico pensando as poucas vezes que ainda rio por rir As poucas vezes que jogo conversa fora Talvez no circular a caminho do trabalho Talvez na troca de aulas, no intervalo E me pergunto quando foi que eu fiquei assim Quando foi que tudo se tornou sério demais para me afastar de tudo e de todos Há um preço em tudo, há um preço em tudo. SilviaAA

Ainda assim eu vou

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Que dia é hoje? E as horas como vão? Se já não vejo o sol nascer e nem se por. Onde foram as estrelas que brilhavam sobre mim?  E a lua que insistia em me clarear, Para onde foi tudo? Se já não mais enxergo o horizonte, Como caminharei sozinha por estas ruas escuras? Como me libertarei das ciladas dos meus inimigos sem alguém que me ajude? Para onde foram os bruxos das noites escuras? E os anjos que pairavam sobre mim? Não ouço mais ninguém, Não vejo mais ninguém, E sozinha devo seguir a minha jornada ao infinito dos meus sonhos eu sei Eu vou continuar mesmo sozinha Se já não tenho mais ninguém em mim Ainda me tenho, mesmo com os pés calejados E o coração sangrando Sobram-me forças Sobra-me coragem Sobram-me sonhos Sobra-me a mim mesma E eu vou, Assim como a névoa dos dias frios que rompem a aurora E calmamente tomam conta de tudo Assim vou caminhar Suavemente pela aurora alheia da vida e do mundo Assim mesma vou e quem haver

Ao teu lado

Aprendi a olhar nos teus olhos Quando a sozinhez abatia meu sono Aprendi a segurar suas mãos Quando o mundo insistia me abalar Aprendi a ouvir sua voz Quando os sons do mundo nada mais me diziam Aprendi a querer o seu beijo Pois só eles me levam onde quero ir Aprendi a caminhar seu caminho Pois os meus passos vão junto aos seus Aprendi a viver os seus sonhos Pois junto aos meus eles se realizam Com você aprendi que é preciso estar em estado de querer aprender para aprender E ao teu lado o querer é sempre e o aprender é mútuo Ao teu lado aprendi a ser eu, a estar em mim, mesmo quando o mim se encontra em você. SilviaAA

UM DIA TRISTE

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Responder aos fantasmas da alma e nada ouvir além dos seus demônios; ceder à amargura das horas que correm acelerando o tempo. A escuridão estampada nos olhos insiste em consumir os pensamentos. Assim é um desencontro quando ataca o desejo do encanto esmagando os arrepios da voz aniquilando a ocitocina esfarelando o amor Um dia triste é sentir o inferno na alma, nunca termina até que alguém o salve. SilviaAA

Eu não te conheço mais

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Eu não te conheço mais Não sei mais das flores e nem das cores Que costumávamos pintar Eu não te conheço mais O mundo que criamos desabou Afundou-se em mentirias e ironias Das poesias que cantamos e Das quais deixamos de criar Eu não te conheço mais E parece que o tempo fugiu em desalento Esfriou as metáforas atemporais O universo perdeu a rima E descompassado segue na vida Fresqueira sem carnavais Eu não te conheço mais E mesmo assim a dor instaurada Requer eterna morada Soa ter esquecido tudo o que foi aprendido Dos pensamentos e ações, Das respostas e emoções Que retornam aos seus ais Eu não te conheço mais E na minha experiência Dessa concebível resiliência Das lembranças de que guardo Não sobra amparo pra recomeços Se você me virou do avesso E se foi... Sozinha a passar pelos vendavais Eu não te conheço mais E por isso não existimos mais nós Apenas o eu que aflora Nos caminhos que aprendeu Compor sua própria essênc

Eu a vi linda

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Despia-se enquanto a água caia do chuveiro, Seu corpo nu, branco em pele macia, Uma miragem aos meus olhos tão cansados. Primeiro molhou as pontas dos pés e Silenciosamente fechou a cortina Permitindo que a água cobrisse seu corpo Minha respiração acompanhava cada passo E, meu olhar divagou agradecendo a Deus Era uma miragem perfeita Embriaguei-me nessa transubstanciada vertigem E cedi ao despropósito de um cochilo                             ...  _ Ahh, esse beijo na nuca e suas mãos,  Me levam para onde os anjos dormem. SilviaAA

Memória Suspensa

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Você sorria para os meus olhos naquela tarde de sol E deslizava como um mago nas ruas plácidas,  pegadas de um borel Levava-me pela audácia de suas palavras Enquanto remexia o próprio tempo a nossa volta Tocava-me os dedos, os ombros, os cabelos e,  vez ou outra me beijava sem segredos Eu concordava, discordava, e compunha aquele  cenário ébrio de sons, cores e palavras Semáforos sorriam verdemente a nossa passagem,  enquanto um cômico tapete se desenrolava  ao longo das calçadas frias, Passávamos você e eu, dois rostos públicos incoerentes,  desfazendo o comum e tecendo horas  de um universo próprio aos outros olhos,  sem jamais compreenderem. Um não de não de ser, um ter de não ter e ser,  um querer de não compreender o que é; Voltei, cheguei e dormi.  Só hoje permito abrir as gavetas  Saltam cheiros,  cores e sons: Há um café, cigarros acesos, mostarda,  Chico cantando, uma porta batida,  uma gargalhada e um estralo de um beijo... Fechei as gaveta

Vertigem

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O vinho cede às horas Seca a sede Bebe a boca Engole o sonho Molha a língua Fala o delírio Corrompe o ser Liberta o espírito.

A - Z

Cansaço Beleza Palavras Convém Carinho Saudade Amor Sempre têm Músicas Alegrias Realizações Eu, você Num mundo inteiro De divagações...  SilviaAA
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Quando no percurso da vida aparecem curvas demais atrasando a sua chegada ao destino proposto, aproveite o fato de estar vivo e com as pessoas que você ama, respire o melhor que puder e agradeça a oportunidade de ser paciente e de saber esperar. Por mais curvas que tenha, todo rio deságua num grande manancial. SilviaAA

O tempo da idade

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A idade tem pesado os sabores os excessos dos cheiros o comprimento dos cabelos A idade tem enjoado de pessoas de abuso das metáforas das rotinas enfadonhas da correria sem nexo A idade pesa às vertigens do olhar alheia às vontades presentes e às quimeras passadas A idade chega devagar e rompe uma melodia renovadora e inteligente dos desapegos A idade flui em tecidos leves sobre o corpo apaziguado em sobras do tecido adiposo A idade refresca-se no pratear da cabeça, no desalinho das risadas sobressaltadas do incomum A idade pesa, mas bem menos que os arroubos juvenis e é um presente para se viver, uma retribuição aos sonhos e aos dias passados SilviaAA
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A gente até esquece quão quente foi o sol que fez suar nosso corpo, mas, as marcas deixadas por ele são difíceis de esquecer. SilviaAA