Lembranças

Recordo sempre das noites de frio, que encolhida na cama
eu observava  a chuva caindo através das frestas nas tábuas das paredes,
clareadas pelos relâmpagos das tempestades.
Das manhãs em que fui despertada pelos estalos
da madeira no fogão de lenha, que preparavam
o café e coziam o feijão.
Dos sagrados domingos, em que depois da missa,
o frango caipira e a macarronada esperavam para
o almoço em família.
Das manhãs de Natal e do forno a lenha, onde era
assada a leitoa de coro muito crocante.
Como esquecer o poço a manivela, de onde tirávamos
muitos litros d'água para beber e realizar todos os
afazeres domésticos e de higiene pessoal.
Minha meninice foi clareada por lampião a gás,
enquanto minha mãe passava roupa com ferro em brasa
e meu pai contava histórias para os irmãos no chão da cozinha.
São lembranças que a modernidade não apaga, e que vivem
acordadas na memória e sorriem para mim, como naquelas noites
de 30 anos atrás.

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